A prática de exercício físico melhora sua memória.
por Clínica Trindade • 05.02.2019
Há muitas boas razões para se exercitar. Dentre elas, as maiores razões são as de reduzir as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrame e diabetes. Talvez você queira perder peso, baixar a pressão sanguínea, prevenir a depressão ou apenas melhorar o seu visual. O que poucas pessoas sabem é que para pessoas com mais idade, o exercício físico contribui para que seu cérebro mantenha sua memória e habilidades de pensamento.
Em um estudo feito na University of British Columbia, pesquisadores descobriram que o exercício aeróbico regular, do tipo que estimula o bombeamento do coração e das glândulas sudoríparas, aumenta o tamanho do hipocampo, a área do cérebro envolvida na memória verbal e no aprendizado. Exercícios de resistência, equilíbrio e tonificação muscular não tiveram os mesmos resultados.
Esta descoberta chega em um momento crítico. Pesquisadores dizem que, no mundo, um novo caso de demência é detectado a cada quatro segundos. Eles estimam que até o ano 2050, mais de 115 milhões de pessoas terão demência em todo o planeta.
Exercício e o cérebro:
O exercício ajuda a memória e as capacidades cognitivas através de meios diretos e indiretos. Os benefícios do exercício vêm diretamente de sua capacidade de reduzir a resistência à insulina, reduzir a inflamação e estimular a liberação de fatores de crescimento – substâncias químicas no cérebro que afetam a saúde das células cerebrais, o crescimento de novos vasos sanguíneos e até mesmo abundância e sobrevivência de novas células cerebrais. Indiretamente, o exercício melhora o humor, o sono e reduz o estresse e a ansiedade.
Problemas nessas áreas frequentemente causam ou contribuem para o comprometimento cognitivo. Muitos estudos sugeriram que as partes do cérebro que controlam o pensamento e a memória (o córtex pré-frontal e o córtex temporal medial) têm maior volume em pessoas que se exercitam do que em pessoas que não se exercitam. “Ainda mais emocionante é a descoberta de que se envolver em um programa de exercício regular de intensidade moderada ao longo de seis meses ou um ano está associado a um aumento no volume de regiões cerebrais selecionadas”, diz o Dr. Scott McGinnis, neurologista do Brigham and Women’s Hospital e professor de neurologia na Harvard Medical School.
A hora é agora:
Então o que você deveria fazer? Comece a se exercitar agora! Não se sabe ao certo qual exercício aeróbico é o melhor. A maioria das pesquisas utiliza a caminhada como exercício, incluindo este estudo. “É provável que outras formas de exercícios aeróbicos que estimulem seu coração possam gerar benefícios semelhantes”, diz o Dr. McGinnis. Quanto exercício é necessário para melhorar a memória? Esses participantes do estudo caminharam rapidamente por uma hora, duas vezes por semana. São 120 minutos de exercícios de intensidade moderada a cada 7 dias. Recomendações padrão aconselham meia hora de atividade física moderada na maioria dos dias da semana, ou 150 minutos por semana.
Se isso parecer desanimador, comece com alguns minutos por dia e aumente a quantidade de exercícios por cinco ou dez minutos a cada semana até atingir seu objetivo. Se você não quiser andar, considere outros exercícios de intensidade moderada, como natação, subir escadas, tênis, squash ou dançar. Não se esqueça de que as atividades domésticas também podem contar, como esfregar o chão com intensidade, tirar folhas do jardim ou qualquer coisa que faça com que seu coração bombeie tanto que você comece a suar levemente. Não tem disciplina para fazer isso sozinho? Experimente algumas ou todas estas ideias:
• Participe de uma aula ou se exercite com um amigo.
• Acompanhe seu progresso, o que incentiva você a atingir uma meta.
• Se você puder, contrate um personal trainer. (Pagar um especialista é uma boa motivação.)
Seja qual for o exercício e os motivadores que escolher, comprometa-se a estabelecer o exercício como um hábito, quase como tomar um medicamento de prescrição. Afinal de contas, cada vez mais se descobre que o exercício é remédio, e isso pode estar no topo da lista de razões de alguém para se exercitar.
Fonte: Heidi Godman – Editora Executiva – Harvard Health Letter